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Pedro Abrunhosa Miscellaneous Diabo No Corpo E de repente A porta abriu-se, O mar entrou Quando eu te disse: «Louco...». E num instante O mundo pára, O sono agarra Os teus passos de Anjo, Como se fossem silêncio, Os teus passos de Anjo. E num momento Invento histórias, Conto mentiras Já sem memória. E só o sangue Esconde as palavras Que o sono empurra para Os teus dedos de Anjo, Como se fossem segredo, Os teus dedos de Anjo. Adormeces então devagar, E nos teus braços Há sempre lugar. Deito-te comigo neste chão, Sinto que respiram Por entre as mãos Os teus olhos de Anjo, Como se fossem eternos, Os teus olhos de Anjo, Os teus olhos de Anjo. A cada minuto O tempo foge, Quero dizer-te Que não demores. Rimos os dois, Como quem ri da tristeza, Em cada abraço Uma loucura de Anjo, Como se fosse sagrada, Uma loucura de Anjo. Por essa estrada Não vejo o chão, Vejo que a noite Cresce na mão. E se isso é céu, E estrelas do mar, Então sou teu Nesse choro de Anjo, Como se fosse secreto, Esse teu choro de Anjo. Adormeces então devagar, E nos teus braços Há sempre lugar. Deito-te comigo neste chão, Sinto que respiram Por entre as mãos Os teus olhos de Anjo, Como se fossem eternos, Os teus olhos de Anjo, Os teus dedos de Anjo, Como se fossem silêncio Os teus passos de Anjo, Como se fossem sagrados, Nesse teu choro de Anjo, Como se fosse secreto. |
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